O AMOR TEM MEMÓRIA
(Segundo Título)
A
princípio, o título do livro seria: “O Amor tem Memória”.
Mas
resolvi dar ao livro um nome singular – aquele estampado na capa:
“Manuara”.
Dei-lhe
tal nome por ser palavra de origem indígena, um povo cuja influência
foi muito grande na cultura linguística brasileira, contribuindo –
senão em mão de obra tanto quanto os negros africanos – pelo
menos na língua rica, de onde nos emprestou diversos nomes e
expressões.
A
história do livro se passa no interior de Minas, onde inclusive
muitas cidades, localidades, rios e montanhas levam nomes indígenas,
assim como muitos de seus habitantes também.
Eis
aqui o que se ouve por lá: Aguapé, Araúna, Arapuã, Arapuca,
Araxá, Canoa, Capim, Carijó, Itajubá, Itaúna, Mutirão
(corruptela da palavra “Motirõ” que significa reunião de
pessoas da mesma tribo para construir algo em comum), Piunhi
(corruptela da palavra “Pium-hy”, que significa rio de pium –
ou “rio de mosquitos borrachudos”, embora alguns prefiram “rio
de peixes”), Morro do “Chapéu” (corruptela da palavra “Chapé”,
que significa: lugar alto de onde se vê os caminhos, embora muitos
pensam que o Morro leva tal nome por lembrar o formato de um chapéu),
Sagui, e muitas outras palavras – mas citei essas apenas para
deixar alguns exemplos de uma língua indígena, primitiva e extensa,
cujo dicionário vai de “A” a “Y” – e que nos emprestou
tantas palavras!
Por
isso, achei que MANUARA ficaria bem como título do livro, apesar de
não estar incluída em nosso vocabulário português, e também não
ser uma palavra de uso comum, daquelas que emprestamos da língua
indígena.
Todavia
decidi usar tal palavra porque Manuara em língua indígena significa
Lembranças, Saudades….
E
lembranças, saudades, às vezes é o que resta de uma vida.